quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Janis L. Joplin

The best of best on my mind......

Download the will

http://www.4shared.com/file/vv_03JO3/Janis_Joplin_-_Best_Of_Janis_J.html



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Gui

Desse meu mundo eu crio o seu
Que poderá ser mais belo do que eu
Poderá vir com pouco do mais
Saberá vir com "Galos, noites e quintais"*

O momento da vinda, escada da vida
Seus passos , meus passos
seu riso, meu dia.

e se tudo é fruto
Saberei que dá tua árvore
sairá a terra a nova terra.

Como orvalho, como folha
Nova era, novos sonhos
O temor e a paciência
A chuva e o sol.

Meu filho, meu guia.


Germano Gomes




*trecho da música do Belchior

terça-feira, 19 de outubro de 2010

AUTOMOTIVO

O que eu sempre quis viver - Heróis da resitência

O vento sopra a noite sobre mim
E eu sinto tanto frio, mas eu sei
Melhor ficar assim, melhor não ter
Alguém pra ir embora, pra esquecer
Então você me trouxe, pro lado quente e doce
Então você me trouxe o que eu queria ter
Depois de tanto tempo eu durmo em paz
E eu jã não tenho tanto pra esquecer
Todo momento bom me faz lembrar
Cada sorriso seu me faz viver o que eu sempre quis viver
O vento sopra a noite de uma vez
E o frio que eu sentia vai também
E quando nasce o dia sobre nós
O dia é só pra agente mais ninguém
Por que você me trouxe, pro lado quente e doce
Por que você me trouxe o que eu queria ter
Depois de tanto tempo eu durmo em paz
E eu jã não tenho tanto pra esquecer
Todo momento bom me faz lembrar
Cada sorriso seu me faz viver o que eu sempre quis viver
E mesmo sem querer você me deu
O que mesmo sem saber no fundo eu sempre quis
Agora que eu já sei, eu vou fazer
O que eu puder fazer pra te fazer feliz
Depois de tanto tempo eu durmo em paz
E eu jã não tenho tanto pra esquecer
Todo momento bom me faz lembrar
Cada sorriso seu me faz viver o que eu sempre quis viver.

Leoni

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nua, Nova Lua

Despida da fragilidade
Açoitada pelo desejo
Ela deixa o vento amá-la
Ela deixa a noite despertá-la.

Não mais que um ou dois amantes
Só pulsar e entregar
Carne viva, alma morta
Entre ao ato mais folgoso.

Teme o dia, cala a madrugada
Mostra o efêmero olhar
Viúva da bôca
Amante do corpo.

Mostre sua verdadeira face
Quebre o silêncio
Estremeçe o pilates
Estrague o coração que ainda pulsa.

Germano Gomes.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

AUTOMOTIVO

Se Jay Kay inventou algo melhor que Jamiroquai ele guardou para ele

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A cor negra

De tanto esperar ele se cala
Não entende vazio, dor, lamentações
Se jogou no infinito e não encontrou respostas.

O cheio de amor virou rancor
E por não saber o que acontecia decidiu partir.

Esperando que a rosa exalasse o cheiro
Ele quietou
Mas ela  nã desabrochar.

Agora cores não supreendem, velas não acendem, luas nem se abrem
O repúdio da rosa partiu o negro, despedaçou sua lama
É sina, é castigo, é reza.

É querer e deixar
É o partir e chorar.

Germano Gomes

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Calado

Culpa o céu e terra por teu fracasso
Enxuga tuas ágrimas com tua pele
Pra não ter que mostrar aos outros.

Esconde o devaneio que te enchestes
Massacra o coração arredio
Cheio de rugas, cheio de rancor

Cadê sua vitória linda flor?
cadê teu matírio? que não enxergo
Onde está a coragem anunciada?
Só vejo pétalas roubadas.

Ar  de autonomia
Corpo sem moradia.

Você tem o dom de escrever
Eu o de ouvir.

Germano Gomes

sábado, 4 de setembro de 2010

Você

Você, que tanto tempo faz,
Você que eu não conheço mais
Você, que um dia eu amei demais
Você, que ontem me sufocou
De amor e de felicidade
Hoje me sufoca de saudade
Você, que já não diz pra mim
As coisas que eu preciso ouvir
Você, que até hoje eu não esqueci
Você que, eu tento me enganar
Dizendo que tudo passou
Na realidade, aqui em mim
Você ficou
Você que eu não encontro mais
Os beijos que já não lhe dou
Fui tanto pra você
E hoje nada sou


Roberto & Erasmo Carlos

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Estou aqui

O que está a volta?
Do que se trata?
Onde está a dor?
Verdade?

Não pareçe o que mostra
Não esconde o que gosta
Não tens a alegria
Não tens a agonia

Certo que se foi
o que ainda nem vem
O que me faz pensar, me faz penar
Isso é o que está.

O lado da moeda
A festa que começa
a cólera que termina.

Estou aqui.

Germano Gomes

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

La passione per una ragazza

A música italiana já é apaixonante por si própia. O sotaque italiano traz charme e intensidade. Aqui está uma das músicas mais bonitas que já ouví na voz de Sergio Endrigo, o Crota mais Italiano que já conheci.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Entra um dia e outro...

Entre, não bata, invada, deixe seguir
Deixar, calar, viver, mentir
Entre chama e a água, entre vela e gelo
Deitar, amar, quebrar, sentir.

Apareçe, desapareçe
É louco, é gentil
Dando forma a cor
Dando vida a dor.

Noite, dia, tarde
Tarde demais
Ou demais o dia.

Fuja, diga, venha, esqueça
Onde for, vai lembrar, onde parar vai pedir
Minha dor, sua dor, minha cruz , sua cruz
Sua rosa, nosso espinho.

Entre uma rua e outra,
Entre uma curva e outra
Entre o lábio e outro
Entra um dia e outro...



Germano Gomes

terça-feira, 6 de julho de 2010

Quero Quero

Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Muito inibido, recatado, tímido, puro de amor
Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Arrebatado, atirado, rápido, sem pu..dor
Sempre nessa vida solta
Fazendo a gente se chegar
Ao encontro natural
Muito bom de se ficar
Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Muito inibido, recatado, tímido, puro de amor
Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Arrebatado, atirado, rápido, sem pu..dor
Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Muito inibido, recatado, tímido, puro de amor
Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Arrebatado, atirado, rápido, sem pu..dor
Sempre nessa vida solta
Fazendo a gente se chegar
Ao encontro natural
Muito bom de se ficar
Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Descabelado, malucado, doido
Mas muito integrado nesse nosso amor

Claudio Nucci

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Inacabado

Até que ponto vai a rigidez?
Qual a palavra que te deu a insensatez?
Pra onde foi a dúvidas?
O por que de tanta fúria?

O espaço foi o pedido
O silêncio foi sugerido
O dor é pertinente
A certeza inexistente.

Fechou-se, não deixou nem se criar
Foi embora sem avisar
Conteve a lágrima, partiu os olhos.
Obteve da página um gosto de ódio.

Só houve fuga, a fuga da rosa
O espinho secou
Não foi regado
Apenas inacabo.

Germano Gomes

terça-feira, 29 de junho de 2010

Opção

Um dia, uma dúvida, várias palavras
Uma conduta.
Nem com todo amor se cura, nem com toda dor se mucha
É a certeza e o não, é o prazer e o fim.

A estrada que não se faz, a idade que trai
A verdade que é sua, a mentira que é nua.
E do ego se faz o gozo, e da prece se dá a mão.

Como todo dilúvio, o pingo é só começo
O chão a inundação
Abre os braços, pede abrigo
Abre a blusa pede perdão
Fecha o riso que está timido
Fecha a mão com intenção.

Tristeza será?
Liberdade talvez?
Agonia em estar
Tentativa de não ter.

Germano Gomes

terça-feira, 18 de maio de 2010

Guest

Todo anoitecer ele chega, sorrateiro.
Seja no luar, seja no calor do sono,
Seja no olhar vendo o amanhecer...

Sussurros, vestígios, regozijos.
O calor do sono ressuda,
O olhar pela janela embaça...

Sorrateiro ele fica,
Atormentador ele se vai...

E assim os clarões despontam e as palavras findam.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Agenda (Provisório)

Tudo é provisoriamente eterno para os poetas.
Tudo é eternamente provisório para os amantes.
E o poema apenas a configuração do instante.


Capinar

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Novos Tempos

Por Oswaldo Montenegro

Eu blogo
Tu orkutas
Ele telefona
Nós passamos e-mails
Vos fazeis sites
Eles internetam
E a gente não se encontra mais

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Bandeira

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau

Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal

Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)


Zeca Baleiro

Demasia.

Não peço licença,mas chego de mansinho.
Não peço permissão pra viver,mas vivo.
Não vejo graça em tudo, mas rio de vez em quando.

Não minto,não finjo,não fujo.
Não traio nem a ti,nem a mim.

Sou minha própria amargura.
Tenho o âmago límpido.
Quando quero,quero.
Quando não quero,provo que não quero.
Te magoei, pérfido amor?

Há mais compaixão que egoísmo.
Há mais amor que orgulho.
Há mais pudor que vida.

Parte!
Passividade?Dor? Pouco amor? Amor em demasia?
Amor próprio.
Amor a tua felicidade.

Vive o que tens ao teu lado.
Sorriso,cor,lágrima, o que é teu de fato.
Meu amor nunca foi,nunca é,nunca será dirigido a ti.

Sou mistério desaquinhoado.
"Quem busca a verdade, quem obedece a lei do amor, não pode estar preocupado com o amanhã." Gandhi
"Como um pássaro cantando na chuva, deixe memórias agradáveis sobreviverem em tempos de tristeza."

Robert Louis Stevenson

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Todo Sujo de Batom

Eu estou muito cansado
Do peso da minha cabeça,
Desses dez anos passados, presentes
Vividos entre o sonho e o som
Eu estou muito cansado
De não poder falar palavra
Sobre essas coisas sem jeito
Que eu trago no peito
E que eu acho tão bom.

Quero uma balada nova
Falando de brotos, de coisas assim
De money, de lua, de ti e de mim
Um cara tão sentimental

Quero uma balada nova
Falando de brotos, de coisas assim
De money, de lua, de ti e de mim
Um cara tão sentimental

Quero a sessão de cinema das cinco
Pra beijar a menina e levar a saudade
Na camisa toda suja de batom

Quero a sessão de cinema das cinco
Pra beijar a menina e levar a saudade
Na camisa toda suja de batom

Belchior

Kriptônia

Não admito que me fale assim
Eu sou o seu décimo-sexto pai
Sou primogênito do teu avô, primeiro curandeiro
Alcoviteiro das mulheres que corriam sob o teu nariz
Me deves respeito, pelo menos dinheiro
Ele é o cometa fulgurante que espatifou

Um asteróide pequeno que todos chamam de terra
Um asteróide pequeno que todos chamam de terra

De Kryptônia desce teu olhar
E quatro elos prendem tua mão
Cala-te boca, companheiro, vá embora, que má criação!
De outro jeito não se dissimularia a suma criação
E foi o silêncio que habitou-se no meio
Ele é o cometa fulgurante que espatifou

Um asteróide pequeno que todos chamam de terra
Um asteróide pequeno que todos chamam de terra

De Kryptônia desce teu olhar
E quatro elos prendem tua mão
Cala-te boca, companheiro, vá embora, que má criação!
De outro jeito não se dissimularia a suma criação
E foi o silêncio que habitou-se no meio
Ele é o cometa fulgurante que espatifou

Zé Ramalho
"A confiança do ingênuo é a arma mais útil do mentiroso"
Stephen King

terça-feira, 4 de maio de 2010

Fóbico

A boca pede, os olhos se escondem
O Força toda do corpo no sim
Razão? Medo? Amor? Fraqueza?

Sentir o não sentir, querer o não querer.
Soluço constante na alma, passeio na pele
Sente o vazio e tenta encher mais e mais.

Mas ainda não vê o caminho adiante
O que não volta, o que já está a frente
O jeito lúdico na loucura.
A lucidez da dor,do não ter,do não mais
O âmago mais presunçoso.

Leva com destreza a tristeza
Vive o afago imortal
O calor do corpo de um coração frio
Sente o que foi almejado e latente.

Longa lida, velha busca
Sentimentos inertes
É o que  se pede, é o que se dá.


G2


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Improviso.

A vida é uma peça de teatro que eu ainda não aprendi a me maquiar e subir no palco.

Para você.


"Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.
Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.
Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...
Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.
Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores."

Temporada das flores - Leoni
A letra que eu queria ter escrito.

Desejo.


Meu corpo já não fala nada.
Só sente o cheiro daquele abraço.
Do quão protetor foi.
Meu eu calou-se e deixou ser forte e fraco.
Sincero e mentiroso.
Aquela fraqueza era só pra te manter envolvido numa moldura de incertezas.

Era a chave para uma porta perdida.
Chave que caiu num palheiro de medos.
Moldura que criou forma e secou.
E o abraço se tornou meu maior presente de certezas.


A segurança do meu dia feliz.
O cheiro com que adormeço todas as noites.

Absurdo.


Quando parou teus olhos diante dos meus, todo o meu mundo se resumiu a um desejo contido, adormecido, tranquilo, não revelado.

Mas os meus olhos não são mentirosos, apenas sabem o que eles podem evitar.

Basta a memória lembrar-te o tempo todo e fazer confusão num coração que só quer amar.

Vitral

Ao lado respira a dor
O constante vazio
Impulsionado pela incerteza.

Ao passo tem a reta
A velha estrada que segue
O passo lenta e intruso
Que desmascara o vulto.

Sente o pulso e a pluma
Sente amor e busca
Deixa a cor despida
Deixa a flor impune.

O mundo imune
A vida em curso
Tudo em volta
Escuro a espera.

Germano Gomes

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Arquimedes

Sobre o que está posto espelho o corpo.
Crio o salto, esvazio o medo
*Sobre a cabeça aviões...

A nova vértice que inclina ao encontro do novo sol
A nova lua se abre e mostra a face plena
O sol a graceja, mas não a invade.

Espera palavra certa para o despertar
Espera a clareza do novo momento
Revela o êxtase.

Insolente? sedutor? intrigante?
Questionador?
Queredor de um mistério sem prumo?
Inquieta o respirar para chamar
Inquieta o desejo translúcido
Revela o deleite.

E segue o passo o dia e a noite
Esperando o movimento, o calafrio, olhar
Um ponto de partida para pulsar.

Um sorriso firme para o cantar
E os vultos inertes tomam a dança
Silenciosa e louca por tanto esperar.

A alavanca para este desejo se consumar
E o mundo se acalmar
E pairar sobre o gozo da existencia.
Tudo está a um passo, um contato um gesto
O ponto que começa e termina
A cura da entrega permitida.

Impertinente? Pérfido? Intermitente?
Eureka!
Eis que a verdade não pode ser vivida por inteira
E não é de mentira que se passam os dias
É de espera.

G2


*trecho da música: tropicália (Caetano Veloso)

Doce Instante

Sentia sua dança com meu olhar.
Todo o mistério transposto num movimento.
Foi um encontro de encanto e desejo.
Desde então me pego bailando você em meus pensamentos.

Sensualidade,suavidade e um palpitar contente!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Estrangeiro

O pintor Paul Gauguin amou a luz na Baía de Guanabara
O compositor Cole Porter adorou as luzes na noite dela
A Baía de Guanabara
O antropólogo Claude Levy-strauss detestou a Baía de Guanabara:
Pareceu-lhe uma boca banguela.
E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?
O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem
Uma baleia, uma telenovela, um alaúde, um trem?
Uma arara?
Mas era ao mesmo tempo bela e banguela a Guanabara
Em que se passara passa passará o raro pesadelo
Que aqui começo a construir sempre buscando o belo e o amaro
Eu não sonhei que a praia de Botafogo era uma esteira rolante deareia brancae de óleo diesel
Sob meus tênis
E o Pão de Açucar menos óbvio possível
À minha frente
Um Pão de Açucar com umas arestas insuspeitadas
À áspera luz laranja contra a quase não luz quase não púrpura
Do branco das areias e das espumas
Que era tudo quanto havia então de aurora
Estão às minhas costas um velho com cabelos nas narinas
E uma menina ainda adolescente e muito linda
Não olho pra trás mas sei de tudo
Cego às avessas, como nos sonhos, vejo o que desejo
Mas eu não desejo ver o terno negro do velho
Nem os dentes quase não púrpura da menina
(pense Seurat e pense impressionista
Essa coisa de luz nos brancos dentes e onda
Mas não pense surrealista que é outra onda)
E ouço as vozes
Os dois me dizem
Num duplo som
Como que sampleados num sinclavier:
"É chegada a hora da reeducação de alguém
Do Pai do Filho do espirito Santo amém
O certo é louco tomar eletrochoque
O certo é saber que o certo é certo
O macho adulto branco sempre no comando
E o resto ao resto, o sexo é o corte, o sexo
Reconhecer o valor necessário do ato hipócrita
Riscar os índios, nada esperar dos pretos"
E eu, menos estrangeiro no lugar que no momento
Sigo mais sozinho caminhando contra o vento
E entendo o centro do que estão dizendo
Aquele cara e aquela:
É um desmascaro
Singelo grito:
"O rei está nu"
Mas eu desperto porque tudo cala frente ao fato de que o rei é mais bonito nú
E eu vou e amo o azul, o púrpura e o amarelo
E entre o meu ir e o do sol, um aro, um elo.
("Some may like a soft brazilian singer
but i've given up all attempts at perfection").


"...E eu, menos a conhecera mais a amara..."

Norte

Do dia se tira o amargo gosto do acaso
Se nota o contínuo e o estático
A força que une e que afasta
O mal que permeia e se deseja.

Eis que das cinzas não há mais pó
Do não dito pelo dito
Da cadência pelo samba não criado
Da decência seu desconforto.

O pavor que aflora e que intimida
A Ilusão da palavra, maldita.

Cega na luz que não enxerga
Intrusa do que não permite
Frígida do pleno prazer
Voraz sem nunca ter sido.

É só um caminho visto, é o único a ser seguido
Num casulo só seu, que não fermenta, que não gera
E única verdade que tens é a certeza de não poder, de não ser.

Germano Gomes

Desabafo desses de madrugada


"Anita abriu o livro sobre a mesa para ler a dedicatória: Ao homem que me faz acreditar em príncipe encantado. Nunca pensou que palavras tão doces e românticas, mesmo que piegas para tantos, lhe causassem tamanha dor.

Nunca, como mulher, Anita sentira-se tão mal. Como ser humano já se sentira pior, mas como mulher, sentia-se suja, criminosa. Ouvira o desejo de um homem comprometido, beijara lábios que pertenciam a outra. Mas parte da dor daquela poetiza era saber que alguém vivia a plena alegria de uma ilusão.

Será que se pode dizer que se ama alguém que tão pouco se conhece? Será que é verdadeiro um relacionamento baseado em mentiras?

Com os meses de convivência posteriores a noite em que tudo aconteceu, Anita descobriu que ele amava de fato a remetente daquela dedicatória, ou pelo menos, alimentava tão fielmente aquela ilusão que qualquer um que ignorasse o que Anita sabia, acreditaria no romantismo daquele relacionamento.

Eles trocavam senhas e confidências como quem confia, mas tinham segredos sagrados. Palavras duras e brigas contínuas. Anita nunca acreditou em brigas, sempre achou que brigas era um sintoma de uma relacionamento que iria falir.

Às vezes, a escritora perguntava-se se a enganada não era ela, se na verdade, a Remetente não sabia de tudo. Sabia da música que tocara, das palavras sussurradas, das situações descascadas.
E por algum motivo, Anita concluiu que não trocaria nenhum dos seus relacionamentos complicados e carentes de definições, regras e limites, por aquela ilusão, por mais bela que ela fosse. Anita amava a idéia da confiabilidade e mesmo sabendo que a Remetente tinha esse sentimento, Anita também sabia que essa não era a verdade e que bastava um passo em falso para que tudo desmoronasse e haveria muita dor.

Eis uma informação valiosa sobre a famosa escritora, ela era uma covarde. Não enfrentou esse desejo antes por medo de se apaixonar, não lutaria por ele por outros motivos, mas ainda sim, sempre foi muito mais covardia que qualquer outra coisa.

E Anita temia o dia que encararia a mulher que ajudara a trair, porque neste dia a trairia novamente, pois se calaria diante de um crime e se tornaria cúmplice dele. Restava a ela fingir que eram somente boas intenções". por Marcella Facó

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Trazedor de boas novas.


Sinto estilhaço cortante passando por dentro de mim como um trem desgovernado que não sabe onde quer chegar. Te vejo neste trem. Olhos perdidos a procura do que não terás mais.

Boca faminta a que nada sacia. Toque que não sentes. Vejo tudo o que perdestes e que deixastes de ter. Foi embora o sorriso, a expectativa,a vida. Há apenas uma existência que vaga dentro de um ser que quer explodir. Explosão de emoção. Cai um temporal lá fora. Serão os céus se confundindo com meus olhos? Serão os trovões extravasando o que aqui está preso? Pesadelo se mistura com realidade. Há um grito. Coração pulsa. E, de repente, vejo que o pesadelo se fez passado. Que o importuno foi. E o que é agora me conforta, me fortalece. Porque o é é você sussurando ao meu ouvido, segurando minha mão e dando em atos a certeza do abraço que sempre terei.

domingo, 25 de abril de 2010

Novena

Eis que surge entre os cacos do meu dia.
O cantar sincero dos seus dias.
A leveza dos seus pensamentos.
A brandura de seu sorriso.
O olhar cheio de primicias.
Faço suas as minhas preces.
Faço teu o meu sorriso.
Peço a clemência Divina.
Da aurora da minha vida.

Eis que surge alegria no meu amanhecer.
Sonhar no que foi penumbra.
Paixão no meu caminhar.
Certeza no pulsar.
Aos pés do inesperado
Sinto o calor dos braços
Afagados no colo da noite branca
Selando meu caminho.

Tudo ao meu redor te encontra
Toda folia dos meus atos
Toda magia do seu corpo
Tudo.

G2

Tormenta

Quero água.
Muita água.
Água pra matar a sede.
Água pra acalmar.
Água pra banhar.
E água pra me levar bem longe daqui

Água com gosto doce de beijo
Água com cheiro forte de vida
"Água de beber" como diria o poetinha
Águas de março ou àgua minha

Água ardente.Com cor, sem bolor.
Água cristalina. Com delicadeza,sem frieza.
Água corrente. Com som, sem maçom.
Águas de março ou água minha

Percorre os caminhos do meu coração
Deságua na minha alma
Abre braços de dor, de amor
Espalha-se em plantações de sonhos criados por mim
Águas de março ou água minha

Componha este corpo feito de ti, pra ti
Faça tormenta de paixão dentro de mim
Mude este curso, aumente este fluxo
Torne-se desejo, prazer, glória e plenitude
Águas de março ou água minha.

G2

Essa mina, Carolina, é de abalar!

Que me perdoem as minhas maravilhas Ms: Maria Rita,Maria Bethania,Marisa Monte,Maria Gadu até a da Mata, mas desde ontem a vez e a voz foi dada à Ana Carolina.
O show foi explendido, com exceção do tempo pra ela entrar no palco e o pouco que ficou nele.
Sou suspeita porque gosto das letras e da voz dela.
Toda música era motivo de euforia.

http://www.youtube.com/watch?v=rE87mVwtHnw

"Vejo que a vida me prestou esse favor
Me fez sempre pronta pra viver um novo amor
Um novo amor...Porque eu sou feita pro amor Da cabeça aos pés E não faço outra coisa Do que me doar...E subo bem alto Pra gritar que é amor Eu vou de escada Pra elevar a dor...Eu tranco a porta Pra todas as mentiras"

sábado, 24 de abril de 2010

Ser feliz ou ter razão?


Foi como um estalo quando ouvi esta pergunta. O contexto dela também.

Pessoas dão desculpas e culpa demais as outras.


Bem, mas ser feliz não é racional? Acho que ser feliz é muito mais racional que sentimental. Irracionalmente viver sem ter que entender tudo é muito mais feliz que sentir com sentido.

Mas sentir com sentido não é racionalizar as emoções?

Sentir por sentir é tão vago.

Mas ter consciencia do que se sente é tão deep, é ser tão sentimental! E tão doloroso.

Para mim funciona como Clarice: "Não, antes o sofrimento legítimo que o prazer forçado".

Ter razão é muito mais feliz que ter profundidade no sentir. Ser feliz é ser razão.

E isto me lembra o quanto já fui feliz. O quanto não precisava de motivos, de busca de sentimentos.


Hoje sou completamente malabarista na corda da alegria.

As vezes, passo depressa com medo de cair, as vezes passo devagar demais, desfrutando, porque sei que tão breve será o término da passagem, seja pela queda, seja pela etapa findada.



Gabriela Sobreira, 27.03.2010.

Meia Lua

Ao compasso relapso dos meus batimentos, faço intenso meu  caminho
Ando cabisbaixo, sentindo tudo ao redor.
A força é tamanha, assim como a esperança.
Mas há algo que aqui implode e a alegria não é vista.

São os seus olhos que me rodeam.
É a sua mão que me quebra.
É o seu pensar que me desnorteia
É o amor que não vivo em vida.
São muitas as sombras desta caminhada.
É com sol ardente que meus olhos latejam.

Não há proteção.
Há desejo e força.
Há medo e ressureição.
Há dúvida e compaixão.

É por meio a inteira verdade de tantas mentiras.
Que me dispo de mágoas e rancores.
Que me entrego de cara lavada.
Que faço veemente meu destino.
É por ti, lua cheia.

G2

Acontece.

No momento não há crença,mas depois vem a dor da promessa não cumprida.
Vem o consolo das horas, as visitas das noites mal-dormidas.
A certeza que ela não lhe abandonará no dia seguinte traz consigo um grito contido de desespero.
Vai a solitude e vem a solidão.
Vem a penumbra do velho amor sufocado, escondido, que se deixou tornar vazio.
Vem o medo de não poder mais ter o desejo que pulsionava a paixão.
É esconderijo que a alma procura.
É verdade que a alma clama.
Não é fuga.
Não é prazer forjado.
Não é o amor em palavras, em promessas. Em despedidas.
São tantas idas, tantas vindas.
Tanto o que dizer, pouco a falar.
É o momento que a boca seca e clama.
Os olhos cegam e brilham.
É mais que querer.
É sentir.


G2

O Por que de ser....

Salve, Salve Papagaios!!

Inicialmente quero dar as boas-vindas a Gabiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii (Gabriela Sobreira) que a partir de então estará deixando (em palavras) seus sentimentos a ser compartilhado na blogosfera. Mas vamos a questão: O Por que de "Papagaios Berrantes"? A idéia inicial era uma homenagem a "Papagaio do Futuro" Música do Alceu Valença, mas como este titulo já exestia resolvi que este espaço dedicado a sentimentos em forma de músicas, poesias e afins soaria pleno como um Papagaio que berra pra ser ouvido, e é assim nossos sentimentos tranquilos mas pulsantes e eles estão divididos com vc´s. Aproveitem!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..E lembra-te:Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão" Fernando Pessoa


Após o álbum Sade Lovers Live de 2002, diga-se de passagem M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O, principalmente com um bom vinho e uma companhia estonteante, Sade lança Soldier of Love em 2010. Ainda por apreciar:
"Parei de tomar água fresca: o copo neste instante-já é de grosso cristal facetado e com milhares de faíscas de instantes. Os objetos são tempo parado?" Clarice Lispector

Nova Era

Salve, Salve Papagaios!!


Depois de várias luas o 787 Butiquim sai de cena e dá espaço ao "Papagaios Berrantes" que chega pra deixar mais poético e músical a blogsfera. Sejam agentes dos sentimentos nobres!!!