sexta-feira, 30 de abril de 2010

Arquimedes

Sobre o que está posto espelho o corpo.
Crio o salto, esvazio o medo
*Sobre a cabeça aviões...

A nova vértice que inclina ao encontro do novo sol
A nova lua se abre e mostra a face plena
O sol a graceja, mas não a invade.

Espera palavra certa para o despertar
Espera a clareza do novo momento
Revela o êxtase.

Insolente? sedutor? intrigante?
Questionador?
Queredor de um mistério sem prumo?
Inquieta o respirar para chamar
Inquieta o desejo translúcido
Revela o deleite.

E segue o passo o dia e a noite
Esperando o movimento, o calafrio, olhar
Um ponto de partida para pulsar.

Um sorriso firme para o cantar
E os vultos inertes tomam a dança
Silenciosa e louca por tanto esperar.

A alavanca para este desejo se consumar
E o mundo se acalmar
E pairar sobre o gozo da existencia.
Tudo está a um passo, um contato um gesto
O ponto que começa e termina
A cura da entrega permitida.

Impertinente? Pérfido? Intermitente?
Eureka!
Eis que a verdade não pode ser vivida por inteira
E não é de mentira que se passam os dias
É de espera.

G2


*trecho da música: tropicália (Caetano Veloso)

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